segunda-feira, 14 de abril de 2008

TELHADO II

De Sábado para Domingo

Escrevo sobre o telhado
E sob as estrelas
Hoje dormirei aqui
Olhando para o céu
Como há muito tempo
Como no passado fazia
Lembro de minha infância
Da janela
Do meu antigo quarto
Dos meus antigos pensamentos
Daqui não há limites
Enquadramentos
Proibições paternas
Posso olhar para fora
Pois estou dentro do fora
Na madrugada
Sem medos
Assombros da violência
Que me enjaulou outrora em meu próprio quarto
Grades
Que me prendiam
... me isolavam sob o propósito de me proteger
Fazer-me o bem
Com o mal à solta
Agora
Posso estar livre
Liberto das mazelas do humano
E medos do cotidiano
Posso olhar novamente para o céu
E sua beleza sublime
Faz-me recordar
Voltar
Ser menino
Que há tempos
Deixou latente seu olhar
Agora enxergo
Sem janelas, grades, enquadramentos, limites, tetos
Quantos no mundo dormem sobre seus telhados...
... olhando para as estrelas?
A sensação daqui é de ser o único.

Nenhum comentário: